sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Pano turco coruja

Na quinta onde eu nasci ao pé da casa existe uma figueira que dista do meu quarto cerca de dois metros. Quando eu era criança, essa figueira servia de alojamento a uma coruja, que cheguei a ver os seus olhos tão grandes e brilhantes como se fossem lanternas.
Durante a noite ela gritava e eu tinha medo, então a minha mãe um dia contou-me uma história que explicava o porquê de ser feia, grande e gritar:
“ A coruja nem sempre foi assim, era uma mulher muito bonita, mas portou-se mal e para não ser apanhada escondeu-se dentro do forno atrás dos chamiços. Veio o padeiro e ateou fogo aos chamiços para aquecer o forno. Conseguiu fugir mas ficou toda chamuscada e sem fala.
Permaneceu em buracos muitos anos escondida e apenas saía à noite em busca de comida.
Certo dia a fome era tanta que saiu ainda meio lusco-fusco e foi avistada por um bando de pássaros que já tinham ouvido falar daquela mulher despida e escurecida pelo fogo.
Impressionados com tal visão não ficaram alheios à dor e vergonha que ela sentia.
Convocaram um consenso superior e ficou decidido que todos dariam uma pena para a pobrezinha se vestir e assim já poderia sair durante o dia.
Após tantos anos de cativeiro apurou a visão noturna e jamais conseguiu sair durante o dia.”

 Esta minha obra é um agradecimento à minha mãe. A partir deste dia deixei de ter medo 
  da coruja!



  Espero que gostem.                                                                             
                                                                                  
Email: acosta.6288@gmail.com legenda



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