Na quinta onde eu nasci ao pé da casa existe uma figueira
que dista do meu quarto cerca de dois metros. Quando eu era criança, essa
figueira servia de alojamento a uma coruja, que cheguei a ver os seus olhos tão
grandes e brilhantes como se fossem lanternas.
Durante a noite ela gritava e eu tinha medo, então a minha
mãe um dia contou-me uma história que explicava o porquê de ser feia, grande e
gritar:
“ A coruja nem sempre foi assim, era uma mulher muito bonita,
mas portou-se mal e para não ser apanhada escondeu-se dentro do forno atrás dos
chamiços. Veio o padeiro e ateou fogo aos chamiços para aquecer o forno. Conseguiu
fugir mas ficou toda chamuscada e sem fala.
Permaneceu em buracos muitos anos escondida e apenas saía à
noite em busca de comida.
Certo dia a fome era tanta que saiu ainda meio lusco-fusco e
foi avistada por um bando de pássaros que já tinham ouvido falar daquela mulher
despida e escurecida pelo fogo.
Impressionados com tal visão não ficaram alheios à dor e
vergonha que ela sentia.
Convocaram um consenso superior e ficou decidido que todos
dariam uma pena para a pobrezinha se vestir e assim já poderia sair durante o
dia.
Após tantos anos de cativeiro apurou a visão noturna e jamais
conseguiu sair durante o dia.”
Esta minha obra é um agradecimento à minha mãe. A partir deste dia deixei de ter medo
da coruja!
Email: acosta.6288@gmail.com legenda
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