Como já vos contei, nasci numa pequena aldeia alentejana chamada Ponte Velha onde temos uma quinta O Moinho da Oliveirinha, junto à margem esquerda do rio Sever, o seu nome deve-se precisamente a ter um moinho movido a água e um grande olival. Este é um sítio recatado, muito calmo, à noite quando os pássaros se recolhem o seu chilrear entoa melodias divinas.
O lema Bugalhão sempre foi a abundância, família, apesar das parcas posses, nunca passaram fome, produziam e fabricavam os seus próprios alimentos, para além da farinha, também coziam pão, trabalhavam a terra e comercializavam de aldeia em aldeia os produtos excedentarios. A minha mãe, muito orgulhosa e trabalhadora, diz de peito feito que nunca foi trabalhadora de ninguém.
No tempo da Guerra Civil de Espanha, apenas o rio os separava a casa da minha mãe daquele país em guerra, a margem esquerda portuguesa e a direita espanhola. A minha mãe contava que os espanhóis chegavam esfomeados comiam o resto da comida dos caqueiros (nome alentejano) dos cães e se tinham pão no forno não o deixavam acabar de cozer, "Temos muita fome" diziam eles. Não raras vezes a minha mãe contou aos netos está história para que estes perceberem a importância de não disperdicar, a importância de dar importância ao quão boa é a vida que temos.
Esta foi a história que me inspirou para bordar estes dois quadros,este quadros, símbolo da simplicidade da pecuária, da agricultura e dos produtos que a natureza nos dá.
Decorar com a Antónia
e-mail:acosta.6288@gamail.com
Sem comentários:
Enviar um comentário