sexta-feira, 10 de julho de 2015

Pão e chá

 A minha família  trabalhava com trigo e centeio, os meus pais foram moleiros até 1980, o seu apelido é Bugalhão e temos quatro séculos de história.  Bugalhão, um nome invulgar que já mereceu uma felicitação por parte do senhor presidente da República Cavaco Silva.

Como já vos contei, nasci numa pequena aldeia alentejana chamada Ponte Velha onde temos uma quinta O Moinho da Oliveirinha, junto à margem esquerda do rio Sever, o seu nome deve-se precisamente a ter um moinho movido a água e um grande olival. Este é um sítio recatado, muito calmo, à noite quando os pássaros se recolhem o seu chilrear entoa melodias divinas.

O lema Bugalhão sempre foi a abundância, família, apesar das parcas posses, nunca passaram fome, produziam e fabricavam os seus próprios alimentos, para além da farinha, também coziam pão, trabalhavam a terra e comercializavam de aldeia em aldeia os produtos excedentarios. A minha mãe, muito orgulhosa e trabalhadora, diz de peito feito que nunca foi trabalhadora de ninguém.

No tempo da Guerra Civil de Espanha, apenas o rio os separava a casa da minha mãe daquele país em guerra, a margem esquerda portuguesa e a direita espanhola. A minha mãe contava que os espanhóis chegavam esfomeados comiam o resto da comida dos caqueiros (nome alentejano) dos cães e se tinham pão no forno não o deixavam acabar de cozer, "Temos muita fome" diziam eles. Não raras vezes a minha mãe contou aos netos está história para que estes perceberem a importância de não disperdicar, a importância de dar importância ao quão boa é a vida que temos. 

Esta foi a história que me inspirou para bordar estes dois quadros,este quadros, símbolo da simplicidade da pecuária, da agricultura e dos produtos que a natureza nos dá.





Decorar com a Antónia                                           
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